Zaya

 
registro: 10/09/2012
tutu pão?
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Último jogo

Teu Desejo,

Eu quero saber do teu desejo.
Eu quero comer a tua alma, cada naco, saboreando os tons e os semitons, as sutilezas e as particularidades da beleza que é o teu ser, incompleto e tímido.
Abre com calma, sem concessão, a porta do teu sentimento mais amigo, mais abrigo, mais revelação. Deixa eu recostar minha cabeça naquela palpitação ascendente do teu coração antigo.

Despedida.

Como dizer o que foi aquilo tudo? Tanta emoção em um abraço perdido que me fez ficar levemente anestesiada por alguns eternos segundos! Como a perda nos faz valorizar absurdamente o que ontem era facilmente acessível e passava despercebido aos olhos cegos do cotidiano.
Havia um choro amargo e libertador, mas também a certeza de que nunca houve partida, nunca houve, sequer, chegada. A saudade é uma forma estranha de amar, é uma forma doce e também triste de querer bem, é um pecado! “cuide bem da parte que te cabe nesta divisão de sentimentos. Como se fosse possível dividir o amor em pedaços iguais...”
Se a mulher não ama o homem e sim ao amor, eu sempre amarei o nosso amor, porque ele me trouxa a liberdade de ser eu mesma em meio a tantas equivocadas histórias vazias e pálidas.
E, se assim for verdade, então, posso dizer sem medo de errar que te amarei até depois da eternidade. Nunca se esqueça do meu único pedido:
- cuide bem de você, pois assim você estará cuidando de mim.

Tristeza inexata.

Minha tristeza hoje não é exata, não é compreensível e muito menos traz alívio algum.
Rodas gigantes de emoções. Moedas de vários lados. A eterna duplicidade que sempre me carrega e que me leva a um estado de cansaço interior quase insuportável.
Esperava mais. Sempre espero mais do que o possível. Até que um dia cansei e passei a não esperar NADA. Nada que pudesse se realizar plenamente. Aprendi desde cedo que a vida está longe de ser um lugar a passeio.
Quando tenho que voltar a crer de novo, preciso do dobro de forças de antes. Ando "caindo" em todas as promessas, e isso é quase tão bom quanto preocupante.
Uma vez que ninguém enxerga o que se passa dentro do meu coração, cuido para não deixar vir à tona a minha mais verdadeira emoção. Cuido de “deitar” em meu mundo secreto e esquecer que um dia quase fui feliz. Medo? De que, me diz? Depois que se conhece o fundo de um abismo sem fundo, nada é tão apavorador assim. Só não quero ir lá de novo, mas e se for? E se tiver de cair e descer?
"Quando estiver sozinho, quando nada nem ninguém fizerem mais sentido, lembre-se: você está livre agora".
Olhe bem nos meus olhos e não diga que eu não avisei.
"- É nisso que apostas? Ta disposto a correr todos os riscos? Então não esqueça de me deixar em paz depois do fim!”.
Sagrado mesmo é o meu “altar”. O verdadeiro e único rumo da minha vida. Jamais deixarei quem quer que seja entrar lá. É meu refúgio e a minha única razão para me mostrar, às vezes, a todos vocês.
Meu "altar" ...Quem sabe não consigas penetrar?

Blue Sometimes...

Lendo antigos pedaços de papel e escutando "melody of you", eu sigo noite adentro. Me jogo de braços abertos em jogos de palavras na ânsia de transcrever algo novo, diferente e aconchegante. Ser poeta das coisas simples é tão desafiador! Não usar de rebuscadas frases para confundir e impressionar é tão simplista e palpável.
Escuto uma melodia, sua melodia... Eu já havia falado dela e de todas as outras coisas que escrevi e que nunca sobreviveram a mim mesma. Não sei se estas palavras farão parte do conjunto de "pedaços de vida" que ando escrevendo por aqui, e deixando escondida para nunca serem lidas. Não sei se minhas palavras, assim como eu, irão resistir às cinzas das horas.
Mas vamos lá, que hoje estou particularmente contente, não vejo nada marrom e em todas as ultimas decisões me senti como na noite de verão na "praça" Castro Alvez. Ali, contemplando o poeta sem notar a sua magnânima presença. Ali, superior a tudo isso que tentou me confundir. Ali, no centro de tudo, onde fui eu mesma, e sempre pude ser assim. Houve passagens bem bonitas. Noites no sítio deitada na grama olhando a via Láctea... Contemplando o passado no céu e sentindo o ronronar do meu gatinho no meu colo, como um anjinho, sonhando por mim.
Quantas vezes me joguei no mar para esquecer? Foram tantas! Mas tantas outras mergulhei na água para sentir. Já falei o quanto adoro sentir? Acho que é isso que faço quando leio um livro, ouço uma música ou venho aqui... Sempre na tentativa de sentir. Sentir... Quero sentir cada vez mais e mais, seja onde for, como for e com que for... Se for por mim que seja sempre assim...Que seja pra sempre... Em mim.
Como eu já disse, a eternidade só existe em "fotografias de memória”, onde algo velho perpetua sua presença, e invade o futuro e o dinamismo da vida com a audácia da sua imagem pálida e desbotada. Quem sabe sejamos assim? Uma fotografia desbotada em pleno futuro?
Boa noite e boa sorte menina.

https://www.youtube.com/watch?v=pXaPHvEmGXM

Sixpence none the richer - Melody of you




“Miss you Love”

“Miss you Love”... Esta música acompanha-me há oito anos... Lembro-me quando chegava em casa, depois de uma noite na avenida em pleno carnaval, e escutava “It’s gonna hurt and I Love the pain...” E pensava na beleza das letras caindo sobre minhas fantasias juvenis.

Relembrava durante noites momentos especiais que presenciei durante dias... Adorava fugir pra lá, para aquele lugar aconchegante e seguro, protegida da chuva e das pessoas ao meu redor.

Foi uma fase definitivamente marcante na minha vida a virada do milênio... Conheci novos amigos, novas emoções e brinquei com os meus colegas mais especiais (jogo da verdade é uma mentira que contaste para mim). Minha  irmã parecia mais irmã do que nunca, protegeu-me, amparou-me, como nunca mais. Minhas memórias estavam em êxtase, tinha que escolher, mas quem eu deveria escolher? Pouco importava, era só uma história passageira mesmo, mas se tinha que vivê-la que fosse a melhor!

O mês de janeiro foi chegando ao fim, pessoas foram passando pela minha frente, os Raimundos tocavam no palco e eu sorria quase tímida... Coisas aconteciam rápido demais e eu queria aproveitar todas elas, sozinha e feliz, como eu me sentia naquele verão... Lembro destes resgates individuais, lembro de minha euforia ao vislumbrar a avenida, lembro da minha segurança e certeza... Lembro que tive que parar, para viver uma coisa aí, mas nas noites de outono voltava a sonhar com os dias que antecederam aquele milênio; e escutava uma voz a sussurrar para mim: “voltarei... Em breve voltarei...” Então, abria os olhos e podia voltar a sonhar em paz.... Enya invadia o espaço vazio e escuro do quarto do meu irmão, era para lá que corria para me esconder de tudo, era lá que me sentia segura outra vez. 

Lembro da minha prima dizendo para mim que a era de aquário seria mágica, lembro como sorri incrédula e esperançosa... Lembro dos meus rituais e velas coloridas invadindo o quarto nas noites de frio... Lembro de mim naquele tempo e de como estive próxima da liberdade que hoje conquistei! Lembro que foi graças a isso que pude crescer e viver aquela sensação para sempre.  


Silverchair - Miss You Love

https://www.youtube.com/watch?v=c-eVmAzx4og