Lhe trago flores, flor de plástico
- Lhe trago flores, flor de plástico!
- Mas, não gosto das flores, nem seu aroma tampouco agradável!
- Mas, flor de plástico às colhi hoje de manhã, no alpendre molhei - me no orvalho.
- Mas, não gosto de flores, muito obrigado!
- Flor de plástico, do que realmente gosta?
- Gosto do silêncio — Pelo silêncio atrai - o - me é, meu alento, minha casinha de momento-
- Mas flor de plástico, já se molhaste em um silvestre orvalho? Umedeceu teu inexistente eu, largue este frenesi áspero.
Oh triste flor de plástico!
- Já banhei - me, antes da alvorada se romper, antes do sol imerso se resplandecer, banhei - me nas tremuras madrugadas.
— Flor de plástico, nos teus sonhos? Ou isto é um conto de fadas — Creio que se banhasse no sereno e se condensasse a luz da lua, renasceria teu eu, não este frio coberto de escuridão nula!
- Deixa - me lhe conduzir, dar -ti - ei, este ramalhete de amor e, com águas de calmaria e amor, a regarei com meu frescor.
- Hum, o amor? Tens o amor, aí junto a ti? Nunca o conheci.
- Tenho, o preservo e o contemplo, para cada dia que eu olhar nestes teus olhos de mar eu, me banhar e tentar te resgatar, deste silêncio perpétuo.
- Hum, você é uma flor, mas qual delas seria?
- Creio que de flor nada sou, mas tenho em forma de esplendor o amor e, quero eu amar - te.
- Amar é uma palavra, que não sei fazer, muito menos falar... pois quando tento pra você amor dizer, me calo e volto para meu silêncio inválido.
- Entendo flor de plástico, creio que alguém a machucou, mas lhe pergunto, quem nesta vida, nunca sofreu por amor?
- Hum, verdade, quem?
- Eu já sofri e, nunca o deixei partir de dentro de mim.
- Venha, sinta - se o aroma das bromélias, ofélias, orquídeas, que trouxe em presente para nós a primavera.
- Tá. irei tentar, meia sem jeito, desengonçada, mas irei tentar, pelo brilho que em teus olhos, quando me olhas, faz - me restaurar. Sinto meu coração bater e, meu corpo estremecer.
- Xiiiiiiiuuu... Fique em silêncio, esqueça - te do velho tempo, irei lhe apresentar o verdadeiro amor,
- Na sua boca, na sua pele, nos teus carnudos lábios, nas tuas curvas e, de todos os aromas das flores, o seu aroma para mim é o mais agradável.
- hum, venha, para ti me entregarei, seja no relento, no tempo, no lamento ou neste momento, quero queimar na tua chama e, me derreter em suas águas de calmaria lenta.
- Movimento, em seu corpo lentamente, abraço com a força de uma partida reprimida, mas digo em teus ouvidos baixinho, tu és só minha, tu és só minha.
- Sou somente sua, beba do meu orvalho, beba do melhor de mim, que você foi a única que eu escolhi, para dar - lhe o que é seu, por só você me despertaste
- Abriu seu coração, como uma porta antiga destrancada na amplidão.
- Abro as portas, o coração, se encaixa em mim, assim...
- hum... amor, como é gostoso esse teu toque delicado, ao mesmo tempo forte e áspero.
- Me perdi em tuas madeixas negras e, me achei no coração daquela que se dizia ser uma flor de plástico, cheia de defeitos e indelicadeza. Cheia de medos e receios, cheia de desconfiança e desistência.
- Mas dela nunca desisti, tornou - se meu amor sincero, meu único amor, nestas cores vibrantes de esplendor, que se chama - O AMOR.
Rainha De Copas